22 setembro, 2010

Conto Sobre Lucy e Alice




Eis que Lucy avistou Alice pela primeira vez; ela era linda. Contentava-se apenas em olhar pra Alice e ver quão era feliz entre seus amigos e sua vida de “garota popular”. Ela mexia com Lucy de alguma forma que Lucy se forçava a mentir pra si mesma que era apenas admiração por uma mulher bonita, inteligente e conhecida. Tudo o que Lucy sentia por Alice aumentava a cada dia, a cada sorriso dela. Estava completamente apaixonada por Alice e já não tinha mais saída, nenhuma brecha em que pudesse se conter. Ninguém em que pudesse confiar a contar o que estava sentindo por ela. Seu sorriso iluminava e ela ficava ali sem que Alice percebesse, admirando-a, querendo-a e me afogando em seus próprios pensamentos, em seus próprios sentimentos.
Tudo era lindo nela; Tudo! Lucy já não sabia em que parte dela se perder, apenas a desejava. Não fazia sentido gostar de uma mulher mas, aquilo era mais forte que ela. Quantas e quantas vezes Lucy ensaiou falar um “oi” pra Alice mas, a falta de coragem a prendia e não a deixava falar ou fazer o que queria?! E assim Lucy se afundava em seu mundo sombrio, um mundo onde ninguém pudesse ver a transparência do seu ser.
Seus instintos clamavam por Alice e essa era a razão pela qual ela abria os olhos todos os dias pela manhã.  - Por que eu me prendo? Por que não falo tudo o que sinto ainda que saiba que a probabilidade de um “não” seja maior - Pensava Lucy. Alice a encantava com cada passo. Perfeita, cheirosa, pele macia; sem ao menos a tocar, Lucy percebia. Sem ao menos conversar ao telefone, ela já sabia que era a voz de Alice que ela queria ouvir toda manhã lhe dando “bom dia”.
Aquele jeito menina a impunha a pensar mais e mais. Ela desejava Alice como nunca havia desejado ninguém. Ela desejava Alice como algo que ela tinha que conquistar.
Perderam contato, Alice mudou-se e ela em sua solidão pensando em Alice. “O que ela pode estar fazendo? Será que está se alimentando direito?", eram duas das perguntas que Lucy fazia a si mesma. Cenas e cenas rodavam na sua cabeça. Elas pairavam no ar e ela na magia desse encantamento, percebia que por mais que a quisesse, não tinha forças suficientes pra lutar. Achá-la no mundo seria algo insensato, insano. Não tinha o que falar; não tinha assunto. Os anos se passaram, ela teve suas namoradas, -  ninguém era melhor que Alice - passou pra faculdade e fez gastronomia. Cozinhar era uma fascinação pra Lucy.
Até que um dia Lucy a viu na televisão. Estava tomando seu café da manhã, como de costume e viu seu rosto que continuava lindo e aparentando os 10 anos que ficou sem vê-la. Tinha o mesmo jeito menina, o mesmo olhar e agora era jornalista. - Voltou ao passado e lembrou de Alice comentando com seus amigos sobre ter sido aprovada para a tão sonhada faculdade. Estava tão alegre, tão determinada a seguir aquela carreira. - Por dentro de Lucy vinha uma força que jamais teve. Agora ela tinha uma missão: encontrar Alice. E foi assim que durante os dois meses seguintes, Lucy ficou. Lia jornais, reportagens, revistas, tudo em que Alice estava envolvida. Tudo o que pudesse ser útil.
E então, depois de tantas pesquisas e horas perdidas de sono, Lucy a achou. A indecisão de ir ou não a casa de Alice era enorme e Lucy não se deixou levar novamente pela fraqueza. Fez uma viagem de duas horas apenas pra vê-la; o que mudou em poucos dias, pois, Lucy comprou uma casa perto da casa de Alice para se aproximar ainda mais de sua amada. Caminhou até sua casa com um tremor incomparável. Sentia todos os meus músculos se contorcerem. Era como se tudo naquele corpo esguio e estreito, estivesse havendo um terremoto. Tocou a campainha e lá estava ela. Com um sorriso e mesmo sem saber quem era, a recebeu e ao se identificar, se mostrou assustada. Convidou-a a entrar e disse que a conhecia de vista, desde a época do colegial mas, que como 10 anos se passaram, achava que nunca mais a veria. Lucy não tinha outra opção a não ser falar a verdade depois de tantos anos. Colocou suas coisas em cima da mesa da sala e se sentou. As mãos gelaram, os olhos se encheram de lágrimas e tudo o que Lucy conseguiu dizer foi: eu te amo.
Alice se levantou assustada, atordoada e Lucy então, percebeu que talvez tivesse feito uma burrada. Sem saber o que dizer, Alice relatou toda a sua vida. Disse que agora estava casada com um homem e tinha uma vida ideal; Construíra uma família linda, ainda que sem filhos. Lucy foi embora sabendo que de nada adiantara ter ido a casa dela. Alice já tinha construído sua vida. No dia seguinte ao chegar do trabalho, Lucy viu que tinha uma carta na caixa de correspondência. Pra surpresa total o destinatário vinha com o nome mais lindo do mundo “Alice”. Na carta você dizia:


“Eu sempre quis saber porque tanto você me olhava. Sempre desviava o olhar enquanto eu tentava te olhar. Via que você me fitava todos os dias; eu podia perceber. Quero conhecer você. Quero saber porque tanta vergonha em dizer que me ama. Quero saber de verdade o que sente por mim... Deixo meu telefone e peço pra entrar em contato. Com amor, Alice”.

Nossa! Foi como se seu mundo estivesse em preto e branco e agora com essa carta, tudo tivesse mudado. Lucy conseguia sentir seu cheiro exalando sobre a carta. Tentava imaginar como ela a escrevera. Sua letra era tão linda quanto seu rosto. Em seus olhos, notava-se um brilho maior que de qualquer estrela.
Pensou diversas vezes em como Alice conseguira achá-la até que então, lembrou da embalagem de chocolates caseiros que Lucy havia feito e levado para Alice. Lá tinha seu endereço, telefone e nome da sua empresa de chocolates. Pegou o telefone pra ligar mas, ainda não tinha coragem. Até que um estalo bateu em sua cabeça e não tinha mais saída, essa era a hora de ela tomar a tão sonhada coragem. Ligou e por um instante parecia estar num sonho. Sua voz era exatamente do jeito que Lucy queria ouvir...

Ao ouvir seu “alô” parecia que estava num sonho em que nunca quis sair, nem acordar...

- Alice... É... É a Lucy... Sou a...
- Eu sei quem você é Lucy. – Fez uma pausa – Você é a menina que me olhava sem que ninguém percebesse todos os dias na escola, certo?!

Seu rosto parecia pegar fogo nessa hora de tanta vergonha e nada que ela dissesse faria mudar sua vontade de falar com Alice.

- Sim... Sou eu! – riram. Lucy meio sem graça e Alice achando tudo divertido.
- Você pode vir me visitar nesse fim de semana? Meu marido está viajando e eu pensei que poderíamos... - Lucy a interrompeu, tamanha era sua euforia.
- Nos ver, certo?! Sim, irei sim!

Aquela semana demorou intermináveis horas pra passar. Dias pareciam anos, horas pareciam meses, minutos pareciam dias... E enfim, chegou o fim de semana. Lucy ficou horas pensando em que roupa escolher, ser era melhor calça jeans ou vestido e por fim optou por calça jeans, blusa de manga e tênis - estilo peculiar da "meio termo", Lucy. No caminho, pensou nas frases que ia dizer e ficou ensaiando, falando sozinha.
Novamente o frio na barriga bateu e tudo o que ela havia ensaiado não serviu.

- Olá Alice.
- Olá Lucy, entre.
- Então, andei pensando em você durante essa semana. Confesso ter ficado muito surpresa por sua atitude de vir a minha casa e mais surpresa ainda por ter me dito “eu te amo”. Você realmente me deixou atônita com sua atitude e me fez lembrar de todas as vezes em que me fitava no colegial. Me sentia um tanto estranha por ser admirada por uma mulher mas, confesso que achava divertido. Esse joguinho de provocação me excitava ainda mais por você ser uma mulher. Há uma coisa que você nunca soube de mim e foi esse o motivo que me fez te chamar aqui. Há muito tempo atrás, quando estudávamos não sei se você se lembra dele mas, Joe...
- Sim me lembro. – Interrompeu Lucy em tom de irritação - Odeio aquele garoto até hoje, se não fosse por ele... – Agora o tom mudara pra triste. Uma lágrima caiu em seu rosto.

Lucy ficou com uma expressão de tristeza. O motivo era que Joe tinha roubado a ex-namorada de Lucy que na época ela o namorara, apenas por ser o garoto mais popular da escola. Ele nem era bonito, mas tinha popularidade e isso atraía qualquer menina; exceto Lucy - que sempre fora lésbica assumida.
- Não fique assim Lucy, ele não é culpado. Era isso que eu queria te falar... Hoje... Ele é meu... Marido.
- O que? Não acredito! Ele conseguiu ter você. Ah que ódio! - assustou-se e irritou-se Lucy.
- Lucy, se acalme e... – E Alice fora interrompida por Lucy novamente.
- Não consigo crer que mais uma vez ele entrou em meu caminho! - exclamou Lucy.
- Lucy, pode me ouvir? – pediu Alice com todo o carinho do mundo. Lucy se rendeu aos encantos de Alice e parou a ouvi-la.
- Lucy, eu fui obrigada a casar com ele porque quando namorávamos, o que aconteceu 3 anos depois do colegial, eu engravidei. Casamos as pressas e depois de 3 meses, caí da escada e perdi o bebê. Infelizmente eu já estava casada e não podia voltar atrás. Ele não me faz feliz e eu não o quero mais. O problema é que não tenho ninguém com quem contar isso, vivo de aparências e o sorriso que exibo na televisão e nas matérias em que saio é pura ilusão, pura falsidade. Ao sair de cada reportagem minha vida é chorar. Não sei porque mais eu tinha que contar isso... Há muito tempo não ouvia uma frase tão tocante. Quando você me disse "eu te amo", me veio a cabeça, a cena de todas as vezes em que você me olhava. Eu sei que é de verdade e sei que você mexeu comigo e ainda mexe. – Alice adorava o jeito ousado de Lucy lidar com a vida.

Lucy a olhou espantada por não acreditar no que acabara de ouvir. Se questionou mentalmente: “Será que ela está sendo sincera?”, “Será que realmente ela me quer tanto quanto a quero e me amar tanto quanto eu amo?”.

- Lucy, quero saber o quanto você me ama. Você me ama de verdade? – indagou Alice
- Você ainda tem dúvidas se eu te amo? Acho que a pergunta deveria ser direcionada a você, mas, feita de outra forma. Será que você estaria disposta a largar tudo pra ficar comigo? - questionou Lucy.
 O rosto de Alice mudou radicalmente. De adorável e meiga passou pra espantada, mas, decidida.

- Sim, eu quero você como nunca quis ninguém. Você sempre mexeu comigo e mexe até hoje. Eu não fazia ideia do quanto você realmente me amava e você conseguiu provar agora. Me procurou, me achou e está aqui. Lucy. Me ajuda a enfrentar tudo? – pediu Alice em um tom de quem parecia buscar socorro.
- Claro meu amor; eu te amo. Sei que não será fácil, mas, eu estou aqui. – Lucy agora tinha um tom de segurança que trouxe ao rosto de Alice, um sorriso de alívio.

Lucy agora podia ter quem sempre sonhou em seus braços. Deu-lhe um beijo que nunca dera a ninguém. Alice correspondeu da mesma forma. Os corpos agora estavam deitados no sofá, perdidos e seus beijos quentes. Alice, que já perdera a vergonha e no lugar tinha segurança, se deixou levar pelo momento. Lucy, com muito cuidado tirou sua blusa e pôde agora ver seus seios. Formavam um belo par de seios aconchegantes, instigantes e arrebitados. Suas mãos percorriam pelo corpo de Alice como se estivesse procurando algo sem saber onde está. Abriu seu sutiã e finalmente podia tocar em seus seios. Alice suspirara e gemia. Seu gemido ecoava como música aos ouvidos de Lucy. De repente Alice se levantou e disse:

- Lucy, venha comigo. – pediu Alice.

Sem dúvidas Lucy foi. Ao chegar no corredor da casa, Alice mostrou a porta e pediu pra que Lucy a abrisse. Ao abrir a porta Lucy deu de cara com uma cama de casal coberta por pétalas de rosas brancas em formato de coração, lençol vermelho fogo, ao lado uma garrafa de champanhe e um frasco que Lucy não conseguiu identificar. Lucy fora jogada na cama e Alice se jogou em cima dela. Aos beijos Alice pediu a Lucy algo que ela sempre quis.

- Me faz gozar? - pediu Alice com cara de quem sempre quis dizer aquilo.

Lucy ficou perplexa, como se estivesse num sonho em que não queria acordar jamais. Era tudo o que ela sonhava sem tirar, nem por. Ela sempre quis ouvir essa frase de Alice.

- Tudo o que você quiser eu farei, meu amor. – Disse Lucy ainda atordoada pela proposta de Alice.

Começaram num vai-e-vem gostoso de corpos ainda vestidos e logo, Lucy começou a delicadamente tirar as roupas de Alice. Entre massagem nas costas, beijos, sussurros e arranhões, Alice perdia o controle. Era como se Lucy tivesse o mapa dos pontos erógenos de Alice. Ela não sabia como se controlar – e nem queria. Lucy então, disse uma frase que Alice nunca ouviu.

- Você é a mulher mais linda do mundo! Meus olhos mal podem crer no que estão vendo.

– Eu sempre quis ouvir isso... – Disse Alice, perplexa. Em fez uma cara de envergonhada.

Lucy, continuou a excitar Alice até que tocou onde sua feminilidade estava a flor da pele. Ao sentir o toque de Lucy, Alice suspirou. Lucy mal se contia de tanta felicidade misturada ao prazer de estar proporcionando prazer a mulher que ela sempre amou. Após um tempo, Lucy a penetrava mais rápido a medida que os gemidos de Alice aumentavam. Alice, não conseguia controlar seus desejos de entrega total a Lucy e a arranhava nas costas e gemia em seu ouvido. Lucy agora estava descontrolada. Alice, nem sabia mais o que dizer, nem forças tinha pra dizer nada, até que as únicas palavras que saíram foi:

- Ahhhhhhh, você me fez ter um orgasmo. Eu nunca te contei, mas, nunca tinha tido. - Confessou Alice.
- O que? Seu marido não a fez ter um? – Se assustou Lucy e deu um sorriso malicioso.
- Não, ele só pensa nele e eu pensava em você, sem ter com quem falar... – Se queixou Alice.
- Então não se preocupe pois, ainda farei você sentir coisas que nunca sentiu com ele. – Assegurou Lucy.

Após, algum tempo, estavam Lucy e Alice na sala, conversando. A noite vinha chegando e com ela, Joe. Lucy resolveu ir embora mas, antes, deixou uma promessa.

- Eu volto amanhã, meu amor. - Disse em tom de carinho, Lucy a Alice.
- Estarei te esperando. Tomarei minha decisão hoje a noite. – Assegurou Alice.
- Tem certeza de que não irá se arrepender? – Questionou Lucy
- Não! Claro que não! Quero você e sempre quis, mas, nunca tive coragem – Afirmou Alice
- Eu te amo – Disse Lucy
- Eu também te amo – Disse Alice


E ela se foi. Naquela noite, Lucy não conseguiu pregar os olhos. A mente dela estava voltada pra Alice. Naquela noite ela pediria o divórcio a Joe, e não sabia como seria a reação dele. Na mesma noite, de madrugada, toca o telefone de Lucy.

- Amor, socorro! Estou escondida do porão, chame a polícia, Joe ficou descontrolado e não quer me dar o divórcio. Disse que vai me matar e matar que enfrentar ele... E... – falou em tom desesperado, Alice
- Alice? Alice?... - E a ligação fora cortada.

Sem pensar duas vezes, Lucy pegou o carro e no caminho, ligou para Andrew, um policial de meia idade, amigo que ela tinha desde a infância. Andrew era um homem robusto, de boa aparência, elegante e gentil mas, tinha um porém: ele detestava homens violentos; ainda mais se a violência fosse contra mulheres. Era um homem experiente na polícia e se prontificou a ajudar Lucy imediatamente.
Ao chegar a casa de Alice, Lucy ouviu Joe aos berros e ficou quieta no carro alguns minutos, até que chegasse Andrew com sua patrulha.

- Polícia, abra a porta!. – Ordenou Andrew
- Não há nada, Sr. Policial, pode entrar – Disse Joe em tom ironicamente tranqüilizante.

- Lucy! – Gritou Alice.
- O barulho vem do portão, Andrew, vamos até lá! – Gritou Lucy.
- Não! Ninguém vai invadir minha casa a essa hora da madrugada, sem um pedido judicial! – Exclamou Joe

A essa hora, Lucy já estava a caminho do porão, quando foi barrada por Joe que disse:

- Onde você pensa que vai moça? – Perguntou Joe a Lucy
- Se você não sair da minha frente, eu juro que... – Lucy fora interrompida por um tiro que deu tempo pra ela chegar ao porão e salvar Alice
- Que diabos é isso? – Perguntou Joe.
- Isso, foi apenas um aviso pra que você não pensasse em impedir a moça. – Disse Andrew.

Nesse momento, Alice saiu toda machucada. As marcas eram fatos de que ele tinha espancado ela e não tinha tido pena. Ela estava com marcas horríveis no rosto e nos braços, havia marcas de fivela. Lucy quando a viu ficou perplexa com tamanha coragem em bater numa mulher, ainda mais sendo a mulher dele mas, conhecendo Joe do jeito que ela conhecia nada seria estranho. Alice estava sendo amparada nos braços de Lucy e Joe não sabia como responder a Andrew ou a Lucy. Ao notar tamanho embaraço, Andrew disse em tom de surpresa e desespero:

- Meu Deus! Vamos pro hospital! Alice precisa de um médico.

Duas horas depois, após ter passado pelo médico, Lucy e Alice já estavam na delegacia e Alice estava depondo contra Joe. Com a ajuda de Lucy, ela conseguiu falar tudo o que sabia de Joe. Falou que ele era usuário de drogas, que batia nela frequentemente, que já a estuprou diversas vezes e que por medo não havia contato nada pra ninguém.

Lucy olhou para os olhos de Alice e viu uma lágrima de alívio correr em sua face e disse:

- Fica calma, está tudo bem. Você vai ficar bem. – Tentou Lucy, tranqüilizar Alice.

Ao ver toda aquela cena, o delegado não se conteve em dizer:

- Vocês formam um casal lindo.

Elas o fitaram surpresas. Alice enxugando os olhos e Lucy com cara de espanto.

- Tenho uma filha lésbica, sei o preconceito que ela passou, inclusive pela família. Acho que ela (ele apontou pra Lucy) pode cuidar muito bem de você, Alice.

Elas conseguiram soltar um sorriso e se olharam com cumplicidade e carinho.

Algumas horas se passaram e o dia já estava clareando quando Alice e Lucy saíram da delegacia. Andrew a essa hora já estava em casa descansando para o próximo plantão.
Ao sair, Lucy avistou Joe sendo carregado por policiais e entrando na delegacia. O rosto já não era o mesmo e depois elas souberam o porquê. Ele havia apanhado pelos próprios policiais.
Depois de uns dias, Alice voltou ao trabalho. Lucy soube por uma matéria na televisão que Joe havia sido morto dentro da cadeia. Conseguiu soltar um suspiro de pena e ao mesmo tempo de alívio.

2 meses depois...

Às 6:00 da manhã, em uma estação ferroviária, estavam Lucy e Alice de malas prontas e com bagagem suficiente para uma verão inteiro. Lucy com seu jeito "menina-moleque" de ser e Alice com jeito menininha, estavam radiantes pela sua primeira viagem juntas. Pareciam crianças com o doce preferido, de tanta felicidade. Seus rostos mostravam paz, alegria interior, amor, carinho e respeito. Irradiava todos os ambientes em que passavam e transmitia uma paz que nunca ninguém havia visto. Era como em conto de fadas com direito a final: “felizes para sempre”.
Seus destinos eram: Roma, França e no fim, Fernando de Noronha, em Fortaleza, no Brasil. Passearam em diversos, lugares, visitaram aos mais procurados museus, comeram todos os tipos de comida imagináveis; de ovo cozido a pratos com as mais diversas iguarias.
Ambas precisavam de férias, diversão e juntas ficaria melhor ainda.
A estadia em Fernando de Noronha foi como um filme romântico. A vista pro mar as fez imaginar e criar diversos cenários para uma perfeita lua de mel.
A volta pra casa foi cansativa, mas, nada as faria perder o bom humor afinal, estavam unidas como nunca estiveram. Lucy a fitava com orgulho e amor; Alice sorria e dizia que Lucy era a pessoa mais perfeita do mundo.
Agora nada nem ninguém as podia impedir ou separar!

3 comentários:

  1. Guria, todos seus textos são bons, muito bons! Mas esse me fez chorar, me fez pensar. Estou passando por tantas coisas, tantas confusões sentimentais,e tu me vem com essas palavras lindas. Parabéns!

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  2. Cara.. que lindo isso, ai que vontade de viver um romance bem intenso com muita paixão e um romance bem quente..rs Linda história

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  3. Obrigada mesmo!
    Muito gratificante ler esses comentários!

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